Bastidores tensos: Ayrton Costa e a travessia até o Mundial de Clubes
Pergunte para qualquer torcedor do Boca Juniors: Ayrton Costa é peça-chave na defesa. Mas quase ficou de fora do maior compromisso do clube na temporada – e por um motivo que nem envolve bola. O zagueiro central, com apenas 24 anos, viveu um drama que foi além dos gramados. Seu visto de trabalho para entrar nos Estados Unidos foi negado duas vezes, tudo por conta de um episódio antigo ainda sem desfecho nos tribunais argentinos.
Essa história começou longe dos holofotes do futebol. Em junho de 2018, Costa estava envolvido em um caso de roubo residencial em Bernal Oeste, subúrbio de Buenos Aires. Foi colocado em liberdade condicional, mas o caso nunca se resolveu totalmente. Sempre que precisa atravessar fronteiras, o defensor encara um obstáculo burocrático extra. Agora, em 2025, toda essa pendência quase impediu o Boca Juniors de contar com seu camisa quatro em Miami.
Corrida contra o tempo e a intervenção nos bastidores
O clube já previa uma dor de cabeça e se movimentou antes. Papéis revisados, tentativas em embaixadas e até um pedido direto de ajuda ao presidente da FIFA, Gianni Infantino. O problema: nada adiantava. Os Estados Unidos barraram Costa por causa da velha pendência criminal. Primeiro negaram o visto em 2024, depois novamente ao recomeçar o processo de entrada em 2025. Para um clube tradicional da Argentina, era um risco: abrir mão de seu principal zagueiro justo numa campanha pesada, com adversários como Bayern de Munique e Benfica.
A solução só veio depois de muita negociação e um empurrão nos bastidores do futebol internacional. Ayrton Costa conseguiu um visto especial de 26 dias para participar exclusivamente do campeonato. O alívio veio junto com ligações de números desconhecidos – que o jogador, desconfiado, só resolveu atender após muita insistência. Em 14 de junho de 2025, desembarcou finalmente em Miami, foi recebido pela diretoria, pelo presidente Riquelme e celebrou com novos colegas como Marco Pellegrino e Malcom Braida.
Numa entrevista rápida durante os treinos, Costa preferiu não alimentar polêmicas. Disse que “muita besteira” foi falada e deixou claro: o assunto já é passado, quer focar no Mundial e ajudar o time. A resposta animou os torcedores que estavam inseguros – afinal, sem ele, a defesa do Boca ficava frágil diante do calendário pesado.
Agora a missão é dura: o Boca Juniors estreia contra o Benfica em 17 de junho, depois encara gigantes como o Bayern e rivais aguerridos como o Auckland City. A incerteza sobre o futuro internacional do atleta segue no ar. Por enquanto, o clube e a torcida só querem ver Ayrton Costa em campo, onde ele resolve tudo com a bola no pé – e não com papéis nas mãos.
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