
Thais Carla, influenciadora digital e bailarina amadora, tem sido voz sincera no debate sobre cirurgia bariátrica no Brasil. Aos 33 anos, ela decidiu subir ao bloco operatório em abril de 2025, no Hospital Aliança Star, em Salvador, após anos lutando contra a obesidade que chegou a 170 kg. O procedimento escolhido foi o bypass gástrico, que reduz o volume do estômago e desvia parte do intestino, limitando a absorção de calorias e nutrientes.
Transformação e retorno ao ballet
Depois de um pré‑operatório rigoroso – que incluiu a perda de 30 kg recomendada pela equipe médica – Thais iniciou a fase de recuperação sob supervisão de nutricionistas, endocrinologistas e fisioterapeutas. O plano alimentar começou com líquidos claros, evoluiu para papas e, após 50 dias, para alimentos sólidos e mastigáveis. Essa progressão cuidadosa permitiu que ela chegasse a 110 kg, uma diferença de 60 kg em menos de um ano.
O marco mais emotivo foi a volta às aulas de balé, uma paixão deixada de lado por 13 anos devido ao peso e à falta de mobilidade. Em vídeos recentes, Thais mostrou a primeira sequência de pliés e piruetas, recebendo elogios de seguidores e de sua professora de dança, que destacou a melhora na postura e no condicionamento cardiovascular.
Além da dança, Thais também notou mudanças no guarda‑roupa: passou do número 66 para 54, o que representou não só um ganho estético, mas também uma prova de que o corpo estava se ajustando ao novo metabolismo. Ela tem usado essas vitórias para incentivar milhares de seguidores a buscar ajuda profissional antes de tentar dietas milagrosas.

Desafios do excesso de pele e cuidados pós‑cirúrgicos
Entretanto, como a própria Thais admite, a jornada não foi feita só de vitórias. O excesso de pele é uma das queixas mais frequentes entre quem perde peso de forma drástica. “Muitas pessoas esperam que o corpo se encaixe como antes, mas a realidade é que a pele precisa tempo e, às vezes, intervenção cirúrgica”, explicou em um story.
Para amenizar o incômodo, ela adotou o uso diário de roupas de compressão. Essas peças ajudam a reduzir o inchaço, melhorar a circulação e dão uma sensação de firmeza ao abdômen e aos braços. Em um tutorial, Thais mostrou como colocar corretamente a meia calça compressora e a faixa abdominal, ressaltando a importância de escolher tamanhos adequados para não comprometer a circulação.
Do ponto de vista psicológico, Thais destacou que aceitar o novo contorno corporal exige trabalho de autoconhecimento. Ela contou que, nas primeiras semanas, evitava espelhos e preferia roupas largas para não focar nas áreas “flácidas”. A terapia com psicólogo especializado em transtornos alimentares fez parte do programa de acompanhamento, ajudando-a a reconstruir a autoestima sem depender exclusivamente da aparência.
Quando o assunto chega à remoção cirúrgica do excesso de pele, Thais esclarece que não há pressa. “A remoção de pele é um procedimento opcional, caro e que tem riscos. É preciso avaliar a saúde da pele, a capacidade de cicatrização e, principalmente, o impacto na qualidade de vida.” Ela mencionou que ainda está em fase de pesquisa, consultando cirurgiões plásticos e considerando o momento certo, após consolidar a perda de peso por, no mínimo, dois anos.
Além das roupas de compressão, Thais compartilha hábitos que têm contribuído para a elasticidade da pele: hidratação constante, aplicação de cremes com colágeno e vitaminas, alimentação rica em antioxidantes e prática de exercícios de resistência que estimulam a produção de colágeno natural.
O relato de Thais Carla oferece um panorama realista sobre as múltiplas facetas da bariátrica: benefícios claros para a saúde – como controle da pressão arterial, melhora do colesterol e redução do risco de diabetes – e desafios que vão além do prato e da balança. Sua transparência tem inspirado milhares a buscar informações precisas e a encarar o processo com olhos abertos, sabendo que a jornada continua muito depois da cirurgia.
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