
O que a torcida do Palmeiras mais temia nas quartas de final da Libertadores acabou se tornando motivo de festa: uma vitória convincente em casa, que acabou de quebrar o velho mito de que o time não conseguia manter a energia nas partidas decisivas no Allianz Parque.
O início turbulento e a reação do Verdão
Logo nos primeiros minutos, o River Plate mostrou que não vinha para brincadeira. Maximiliano Salas, com velocidade e toque de primeira, colocou a equipe argentina na frente, empurrando o placar para 1 a 0. O gol trouxe um clima de tensão ao estádio, que já esperava um jogo equilibrado após a derrota por 2 a 1 em Buenos Aires.
Mas o Palmeiras não se deixou abater. Vitor Roque, então com apenas 21 anos, entrou em campo como a principal esperança ofensiva. Quando recebeu um passe delicado na entrada da área, bateu firme, colocando a bola no canto esquerdo do goleiro. O empate trouxe alívio imediato e mudou a postura da equipe: a partir daí, a pressão ficou obviamente a favor do time da casa.
O técnico Abel Ferreira, que havia mantido a mesma formação que jogou na Argentina, explicou depois da partida que a decisão visava garantir ritmo e entrosamento. Mesmo tendo reservado alguns titulares no Brasileirão contra o Fortaleza (vitória por 4 a 1), ele preferiu a continuidade para evitar surpresas táticas em um duelo onde cada detalhe conta.

Segundo tempo, José López e a classificação
Com o placar 1 a 1, o segundo tempo virou um teste de resistência. O Palmeiras passou a jogar no contra‑ataque, explorando a velocidade dos laterais e a inteligência de Raphael Veiga, que começou a orquestrar as jogadas pela esquerda. Foi nesse momento que José López apareceu como o grande protagonista.
Nos acréscimos, López recebeu um cruzamento de Veiga, ajeitou na borda da área e, com o pé esquerdo, acertou no canto alto, sem chances para o goleiro rival. Em questão de minutos, o placar virou 2 a 1. Ainda com o coração acelerado, o argentino não desistiu: numa jogada de bola parada, encontrou novamente a posição perfeita, disparou um chute potente que bateu na trave e entrou após o rebote.
Os dois gols de López fecharam o placar em 3 a 1, selando a vitória e colocando o Palmeiras nos 5 a 2 do agregado. A defesa, liderada por Gustavo Gómez e a defesa aérea de Luan, conseguiu neutralizar a maioria das investidas do River, que precisava de ao menos dois gols de diferença para levar a disputa aos pênaltis.
- Gols do Palmeiras: Vitor Roque (55'), José López (90'+2, 90'+4)
- Gols do River: Maximiliano Salas (10')
- Posse de bola: Palmeiras 58% – River 42%
- Finalizações: Palmeiras 14 (8 a gol) – River 9 (3 a gol)
A classificação trouxe um alívio imediato para o elenco. A pressão que vinha crescendo nas últimas partidas — principalmente depois das derrotas em casa contra o Independiente del Valle e a Chapecoense nas edições passadas — finalmente acabou. A vitória também reforçou a confiança de Abel Ferreira, que viu sua escolha de manter a mesma equipe premiada e a estratégia de usar o contra‑ataque como arma decisiva.
Para a torcida, o resultado foi mais que três pontos; foi a sensação de que o Palmeiras pode, sim, ser protagonista nas fases finais da competição. O próximo passo será encarar o vencedor do duelo entre Boca Juniors e Atlético Mineiro, em busca do título que ainda fica ao alcance. Enquanto isso, os jogadores aproveitam o momento, sabendo que superaram um obstáculo que parecia quase imutável nas eliminatórias da Libertadores.
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