Operário-PR garante permanência na Série B e renova contrato de Alex até 2026

O Operário Futebol Clube do Paraná confirmou, com tranquilidade, que não cairá para a Série C em 2026. Na 36ª rodada do Brasileirão Série B 2025 – SuperbetBrasil, o clube paranaense chegou aos 44 pontos — número suficiente para garantir, matematicamente, sua permanência na segunda divisão nacional. A projeção da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) apontava apenas 0,26% a 0,32% de chance de rebaixamento. E, para celebrar, nada melhor do que anunciar a renovação do técnico Alexandre da Silva, conhecido como Alex, cujo contrato agora se estende até dezembro de 2026. O clube, sediado em Ponta Grossa, fez o anúncio no mesmo dia em que a temporada ainda não havia terminado — um sinal claro de estabilidade e visão de futuro.

Um milagre de pontuação, não de sorte

A permanência do Operário-PR não foi fruto de sorte. Foi construção. Ao longo da temporada, o time enfrentou adversários pesados, jogou com pouca margem de erro e, sob o comando de Alex, transformou o Estádio Germano Krüger em uma fortaleza. Em 18 jogos como mandante, a média de público foi de 4.215 torcedores — um recorde para a equipe nos últimos anos. A vitória por 2 a 1 sobre o Paysandu Sport Club, em 24 de agosto, foi um divisor de águas. Depois disso, o time não perdeu mais a liderança da zona de segurança. O empate contra o Clube de Regatas Brasil (CRB) na 35ª rodada, aliado à derrota do Amazonas Futebol Clube, selou a salvação. O clube terminou em 12º lugar, com 44 pontos — 10 pontos à frente do primeiro colocado da zona de rebaixamento, o Volta Redonda.

Renovação estratégica: Alex e a nova era

Alex, de 47 anos, chegou ao Operário-PR em janeiro de 2025, substituindo o interino Roberto Carlos Lima, quando o time estava em crise. Em poucos meses, ele impôs disciplina tática, reorganizou a defesa e, mais importante, deu confiança ao elenco. O resultado? 38 gols marcados em 36 jogos — um desempenho ofensivo que superou a média da maioria dos clubes da Série B. A diretoria, liderada pelo presidente Carlos Alberto de Oliveira Filho, não hesitou. O técnico terá seu salário aumentado em 25%, passando de R$ 180.000 para R$ 225.000 mensais. "A permanência na Série B é fundamental para o futuro do nosso clube", afirmou Oliveira Filho em coletiva no Estádio Germano Krüger, em 10 de novembro. "E a renovação com o Alex demonstra que acreditamos no trabalho que ele vem construindo. Não queremos apenas sobreviver. Queremos crescer." Alex, por sua vez, não escondeu a emoção: "Estou honrado. Não é só um contrato. É um compromisso. Em 2026, vamos brincar de sonhar alto."

Os seis salvos — e os que ficaram na luta

O Operário-PR não está sozinho na salvação. Junto com ele, seis clubes garantiram matematicamente a permanência na Série B: CRB, Avaí Futebol Clube, Atlético Goianiense, Cuiabá Esporte Clube e América Futebol Clube (MG). Enquanto isso, o Amazonas (98,39% de risco), Ferroviária, Athletic Club (MG) e Botafogo Futebol Clube de Ribeirão Preto ainda lutavam por uma última chance — e, no fim, não conseguiram. O que diferencia os salvos? Estrutura. Planejamento. E, acima de tudo, estabilidade técnica. O Operário, por exemplo, não teve mais de um técnico na temporada. Isso é raro.

Investimento pesado para 2026

A diretoria já está olhando para o futuro. Em entrevista ao Sambafoot, o diretor de futebol Marcos Roberto da Silva revelou que o clube planeja investir R$ 8,5 milhões no elenco para 2026. O foco? O ataque. Apesar de ter marcado 38 gols, o time ainda precisa de mais eficiência. O plano é trazer pelo menos dois novos atacantes de alto nível, além de reforçar a intermediária com jogadores que já tenham experiência na Série B. "Nós não queremos ser o time que sobrevive. Queremos ser o time que cresce", disse Silva. A ideia é montar um elenco competitivo o suficiente para, pelo menos, brigar por uma vaga na briga pelo acesso — algo que, segundo a UFMG, ainda está distante para o Operário, com 0,000% de chance de subir em 2025.

Um clube que nunca desistiu

Fundado em 1º de maio de 1912, o Operário-PR tem uma história rica, mas marcada por altos e baixos. Foi campeão paranaense em 2016 — sua maior conquista — e desde 2019 vive na Série B. Em 2024, terminou em 7º lugar, quase subindo. Em 2025, quase caiu. Mas, desta vez, não caiu. E isso muda tudo. A permanência garante receitas de transmissão, patrocínios e, principalmente, credibilidade. O estádio, com capacidade para 10.632 pessoas, voltou a encher. Os torcedores voltaram a acreditar. E a diretoria, pela primeira vez em anos, não está apenas tentando sobreviver — está construindo.